quinta-feira, 9 de abril de 2015

BARBOSA LIMA SOBRINHO - RESERVA MORAL DO BRASIL, ESPELHO DE VÁRIAS GERAÇÕES

DANIEL MAZOLA - Via Tribuna da Imprensa online -




Em tempos de crise profunda na Associação Brasileira de Imprensa e no País, resolvi relembrar de uma reserva moral do Brasil. Falo do inesquecível nacionalista que durante o governo do ditador Médici em 1973 candidatou-se a vice-presidente da República na chapa encabeçada por Ulisses Guimarães pelo então MDB. Participou da Campanha pela anistia ampla, geral e irrestrita, que teve sucesso em 1979 e em 1992, foi o primeiro signatário do pedido de impeachment do então Presidente Fernando Collor de Mello. A partir de 1994 esse bravo lutador participou de manifestações contrárias às privatizações de empresas públicas, política iniciada no governo Collor e ampliada no governo FHC. Em 1998 ele foi contrário a revisão constitucional que permitia a reeleição dos ocupantes de cargos executivos, por considerar “prejudicial aos interesses do Brasil”.
BARBOSA LIMA SOBRINHO construiu um monumento à dignidade e à honradez”, afirmou o Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, logo após a morte do jornalista aos 103 anos, em 16 de julho de 2000. 



Alguns pensamentos e reflexões do "Dr. Barbosa"



“A igualdade é pressuposto básico da Democracia, que, sem ela, não tem condições de sobreviver” 



“O Liberalismo de dois séculos atrás virou agora o Neoliberalismo; tudo isso para dar a impressão de modernidade, tentando dissimular a servidão, que continua a mesma” 



Se nós não confiarmos na mocidade, estamos perdidos porque, de fato, vão depender dela os destinos do Brasil” 



“Quem é o dono efetivo do patrimônio público? É o Estado ou o povo que contribuiu com seus recursos para pagar na forma de impostos?” 



“O segredo para aliviar o peso do passar dos anos é ter sempre a consciência tranquila” 



“A política internacional está se desenvolvendo em favor dos EUA. Globalização e outras palavras que inventaram têm o intuito de nos fazer dependentes dos EUA. Chegaram a um nível de poder jamais alcançado por outra nação. É a defesa dos interesses deles através dessa globalização, que é um regime em que só os mais fortes predominam” 



“Alguns viajam com os pés, outros com a cabeça”



Ainda que pequenos e nem sempre bem acabados, esses jornais e essas revistas prestam relevante serviço ao jornalismo, sem contar que, quem hoje é pequeno, amanhã poderá ser um gigante”



Não temas envelhecer, meu jovem amigo, desde que envelheçam contigo as tuas paixões de hoje. A velhice não é má, nem martirizante. Tu poderás descobrir, na tua ancianidade, prazeres que ignoravas e que te declinarão mais que os teus gozos de hoje, porque nesse tempo a tua alma será muito mais sensível e muito mais meiga”



Quando me tirarem a capacidade de luta, tiram também a capacidade de viver"





Morto há quase 15 anos, o advogado, jornalista, ensaísta, historiador e político brasileiro, integrou durante décadas a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Academia Brasileira de Letras. Nosso “imortal” foi um brasileiro notável, que participou durante todo o século passado, dos mais importantes acontecimentos da vida de nosso País. 



Como diretor-presidente da ABI BARBOSA LIMA SOBRINHO sempre buscou “assegurar e ampliar as conquistas sociais do povo brasileiro, (...) e tendo por finalidade maior a defesa da ética, dos direitos humanos e da liberdade de informação e expressão. (Art. 1º do Estatuto). À Associação Brasileira de Imprensa, na qualidade de fórum da sociedade civil, cabe promover e articular movimentos em defesa do patrimônio e da soberania nacionais (Art. 2º do Estatuto). Assim ele pensava e agia como gestor da entidade.

Dr. Barbosa consolidou a ABI como uma instituição devotada à defesa dos direitos humanos e do respeito às disposições constitucionais que garantem as liberdades públicas. BARBOSA LIMA SOBRINHO respeitava nossas regras e atribuições, e assim mantinha a ABI nas LUTAS!


O mês de abril será em homenagem a ele, amanhã publicaremos seu último artigo, "A Exclusão da Classe Média" escrito para a coluna do Jornal do Brasil e publicado no dia em que faleceu, na cidade do Rio de Janeiro. Só assim as novas e futuras gerações também poderão tê-lo como espelho e referência de vida.

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