domingo, 3 de maio de 2015

A MANIPULAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUE ACONTECE NA ABI

Por MARIO AUGUSTO JAKOBSKIND -
Foi realizada uma eleição para renovação de parte (1/3) do Conselho. Uma única chapa concorreu com a participação de diretores que manipulam informação sobre o que acontece na entidade, que vive um momento de queda no abismo. A chapa, que tem o nome de Vladimir Herzog (que está se virando no túmulo, com certeza) obteve 106 votos, segundo noticia o site da entidade. E o texto diz que foi uma votação expressiva (sic).

Assinala o informe fajuto encontrado no site da ABI que "as acusações contra o processo eleitoral são inverídicas, já que o mesmo não estava ‘sub judice’, conforme afirmaram os adversários em campanha na internet para confundir o corpo social. Estes associados irão responder pelos seus atos. É considerado crime mentir publicamente e denegrir a imagem da ABI, uma instituição tão respeitada. Apesar de tudo, obtivemos uma boa expressão no pleito".

Vejam só, diz o dito popular que o "uso do cachimbo faz a boca torta". Além de mentirem grosseiramente, acusam - o que eles mesmos são, ou seja, mentirosos e manipuladores da informação - aqueles que denunciam o atual estado de coisas na entidade e ainda por cima ameaçam quem não aceita a manipulação da informação.

Na última assembleia realizada na segunda feira foi proposto que a diretoria da ABI se manifestasse contra o fato de as mídias eletrônicas, tipo Rede Globo e outras como a Bandeirantes, tenham se transformado em verdadeiros partidos de direita. Silêncio absoluto. A diretoria jamais fará algo próximo do que foi pedido, porque ela ocupa a entidade contando com o sutil apoio dessa mesma mídia que virou partido político.

Meirelles, o poderoso chefão atual da ABI, segundo informou o conselheiro Daniel Mazola, impediu a realização de um seminário sobre democratização dos meios de comunicação, algo que na gestão do presidente Maurício Azêdo ocorria em várias ocasiões.

Na assembleia foi proposto também que a direção da ABI se manifestasse em favor da legalidade, contra o impeachment da Presidenta que vem sendo proposto por extremistas de direita. Também houve silêncio e até mesmo empresários vinculados à CIA, conforme informou o site WikLeaks, em relação a um tal de Rogério Chequer.

O poderoso chefão da ABI prefere o silêncio a ter que se posicionar nesse sentido, porque se o fizer teme perder aliados.

Lamentavelmente assim caminha a ABI. E quem escreve este texto está sujeito a sanções da diretoria. Pois bem, quem enfrentou a ditadura não pode temer esses aprendizes de ditadores que fazem ameaças à torta e a direita porque querem manter a ABI como está atualmente. Ou seja, apagada, afastada dos movimentos sociais que querem um Brasil mais justo e democrático, inclusive com uma mídia democratizada. Por estas e muitas outras pode-se imaginar que futuro eles querem para a ABI.

Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos e procurar encontrar um caminho para que a ABI volte a ser algum dia a ABI de, entre outros, Babosa Lima Sobrinho, Maurício Azêdo e Gustavo de Lacerda, um dos fundadores da entidade em 1908. Aí sim teremos uma ABI antenada e que jamais silenciará em defesa da democratização da informação e da legalidade, contra qualquer tipo de golpe.

Se você que está lendo este texto for associado da ABI, pense bem sobre o atual nefasto momento que atravessa a entidade. Não silencie!

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