sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

LUTAR SEM PERDER A TERNURA. POR UMA IMPRENSA FORA DA ROTA DO NORTE

ANDRÉ MOREAU e MÁRIO A. JAKOBSKIND -


Além de apoiar o golpe de 2016, como fez Celso Kelly, em 64, ao assinar contrato de exclusividade com a Rede Record de Televisão, o Sr. Domingos Meirelles, resolveu impor a mordaça na ABI, sobre um grave tema, tratado no filme intitulado "A Décima Terceira Emenda", dirigido por Ava DuVernay e roteirizado por DuVernay e Spencer Averick.

Em tempos de golpe, no Brasil a trama corre pelo submundo, empurrando mais para baixo pessoas pobres, atingidas pela fome extrema, que por isso mesmo, acabam se tornando "soldados" do tráfico de drogas. Quando presas, conforme pôde ser constatado nas guerras ocorridas em Presídios Públicos Privados (PPPs), das regiões norte e nordeste do País, administrados pela empresa Umanizzare, são obrigadas a participar de seitas ligadas a empresas, se quiserem fazer parte dos programas de "ressocialização" do respectivo sistema prisional, tendo que ler obrigatoriamente a versão da bíblia, da Universal do Reino de Deus, se quiserem abater suas respectivas penas, ao contrário dos métodos de educação, de trabalho, pensados pelo Juiz de Direito, Professor e Escritor, João Luiz Duboc Pinaud, idealizador do programa de ressocialização colocado em prática pelo então Secretário de Segurança, Nilo Batista, do governo Brizola.

O maremoto golpista que atinge o Brasil desde julho de 2013, favorece a rota de drogas do norte com baixas significativas, para o futuro da população, além dos brutais assassinatos decorrentes de guerras pelo controle da distribuição das drogas, sob o manto de constantes ameaças, inicialmente denominado entre os golpistas dos três poderes, como "pedaladas fiscais" e depois do golpe de 2016, como o aposentado do Banco de Boston, Henrique Meirelles, repetindo a cantilena da "política de austeridade", além é claro, das manobras de terror, essas denominadas, "antiterrorismo", por juízes e promotores que dão sustentação ao ingresso de mercenários no território novamente transformado em Vera Cruz, principalmente dos EUA.

Trinta e sete deputados do PMDB–MG abandonaram o barco (24), em meio as pilhagens, denominadas pelo Professor e Escritor, Jesse Souza, no livro "Radiografia do Golpe", como de divisão do botin.

A Petrobrás que outrora havia assegurado o futuro da educação, vem sendo devorada por ávidos especuladores estrangeiros, com "ativos" entregue aos oligarcas estadunidenses, em nome do justiçamento, das ações anticorrupção dos rapazes do Ministério Público, ligados ao juiz Sérgio Moro, da república de Curitiba.

Foi o pré-sal, foi a Base de Alcântara, e agora Michel Temer poderá publicar a medida provisória sugerida por Eliseu Padilha, para "(...) tratorar (...)" terras brasileiras para estrangeiros, com "limites quantitativos globais" das propriedades a serem adquiridas que poderão ter "(...) A aquisição de direito real e o arrendamento de imóvel para pessoa natural ou jurídica estrangeira, autorizada a funcionar no País, não poderá exceder os limites quantitativos globais e por operação dispostos em regulamento (...)", fato que não permitirá o contraditório no Congresso.

A colocação: "(...) disposto em regulamento (...)", abre a porteira do País, para Michel Temer definir a extensão das terras brasileiras que poderão ser "trotadas", para os estrangeiros, boa parte, "in locum", aguardando a publicação da MP, para ocupar de forma explícita terras já utilizada por estrangeiros, o que poderá ocorrer a qualquer momento, já que a data pensada inicialmente, era 14/2, o que deve ter sido retardado em função das recentes prisões de Jorge e Bruno Luz, em Miami, fato que deve ter estimulado Eliseu Padilha, a se ausentar provisoriamente do Planalto.

Quando os ratos abandonam o barco próximo de afundar. É realmente patética a briga nas hostes da direita entre Reinaldo Azevedo e uma tal de Joyce, parceiros nas investidas extremistas contra a então Presidenta Dilma Rousseff. A briga que aparece na Internet demonstra acentuada divisão da direita, do tipo em que ratos fogem de um navio afundando.

Essa é realmente a imagem que remete a necessidade dos apoiadores do golpe abandonarem o barco do atual governo que ajudaram a instalar. Em outras palavras: é visível a deterioração diária do governo golpista de Michel Temer. E agora, tanto Reinaldo como Joyce querem de qualquer forma abandonar o barco que está visivelmente à deriva.

Nos próximos dias, novos fatos possivelmente se tornarão públicos demonstrando que o atual governo golpista não tem condições de se sustentar. Temer e os seus a cada dia que passa mais se enredam nas jogadas da corrupção, segundo um punhado de acusadores. São fatos que surgem e que de alguma forma a mídia comercial tentou o quanto pôde evitar a divulgação.

A recente prisão em Miami onde se encontravam na moita de Jorge e Bruno Luz, apontados pelas investigações da Lava Jato como operadores de propinas para o PMDB na Petrobrás, poderá enredar ainda mais Temer e a sua patota correligionária.

Em âmbito governamental, outros ratos, ou melhor, ministros de Temer começam a debandar oficialmente por motivos de saúde, como José Serra e logo em seguida Eliseu Padilha, que foi denunciado por José Yunes, amigão de Temer, como sendo "mula" ao receber um "pacote" entregue para ser destinado a forrar a campanha eleitoral do PMDB.

Yunes alega que não sabia do conteúdo do pacote entregue (recheado de reais) por um tal de Lúcio Funaro, que envolve também o ex-deputado Eduardo Cunha. O ex-parlamentar preso em Curitiba deve ter se sentido estimulado com a nomeação de Oscar Serraglio para ocupar o Ministério da Justiça. Como é público e notório, o deputado Serraglio, quando presidia a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara fez o possível e o impossível para anistiar o seu parceiro Cunha. Resta agora aguardar o que poderá vir por aí em matéria de Cunha, o político que deve saber muita coisa sobre Temer e sua gente.

É nesse contexto de fim de linha do governo golpista que se pode entender a briga Joyce Reinaldo, apoiadores irrestritos do golpe parlamentar, midiático e judicial, agora tentando abandonar o barco ao constatarem que o mesmo está visivelmente afundando. Querem tentar evitar serem apontados como responsáveis pela ascensão de Temer e demais golpistas.

No caso do afundamento não quer dizer necessariamente que o governo vai cair. Para evitar a queda, Temer é capaz de ceder mais ainda em matéria de concessões ao capital financeiro que o colocou no governo. É dessa forma que a patota poderá se manter, embora fatos comprometedores surjam a cada dia com mais força.

Também nesse mesmo contexto pode ser mencionada a diretoria da ABI, capitaneada por Domingos Meirelles, que conseguiu ser recontratado pela TV Record, inclusive depois de sugerir no site da entidade que isso acontecesse. Quer dizer, não será nenhuma surpresa se este Meirelles decidir também abandonar o navio de apoio aos golpistas instalados no Palácio do Planalto. É o que acontece com os ratos ao sentirem que o barco está a afundar.

Vale então acompanhar o desenrolar dos acontecimentos no país e especialmente na ABI dirigida pelo recontratado pela Record de nome Domingos Meirelles. (com informações da Revista Carta Capital)

*Mário Augusto Jakobskind, Jornalista e Escritor, Coordenador de História do IDEA, Universidade Federal Fluminense. **André Moreau, Jornalista e Diretor do IDEA, Canal Universitário de Niterói, Unitevê, UFF/Fonte:  blog Jornal da ABI.

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Leia também:

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