terça-feira, 25 de setembro de 2018

E A ABI POR FALTA DE ÉTICA ABRIU AS PORTAS À “ENTOURAGE” CUNHA

CHAPA VILLA-LOBOS (ABI) - Por DANIEL MAZOLA -

Com esta série a coordenação da Chapa Villa-Lobos, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), retoma sua marcha que objetiva restaurar entre os Confrades as boas lutas por liberdade de expressão e direitos humanos, interrompida arbitrariamente pela atual diretoria, antes do pleito 2016-2019.


Como associado, ex-conselheiro, ex-presidente de Comissão, sei bem que os auditórios da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) são alugados para a realização de eventos das mais diversas naturezas, desde acontecimentos políticos, sindicais dentre outros, mas sempre existiram limites éticos e morais, no entanto, para a atual diretoria da Casa dos Jornalistas não existe limites.

Ontem (24), os quinhentos lugares do Auditório Oscar Guanabarino da ABI no Centro do Rio de Janeiro, foi pequeno para receber, pasmem, amigos, parentes, lideranças políticas e cabos eleitorais da filha do Cunha (MDB), candidata à deputada federal nas eleições de 07 de outubro.


No início do mês, foi noticiado no blog da Marina Caruso (O Globo) que a filha de Eduardo Cunha escolheu montar seu comitê eleitoral no prédio da ABI. E a nota dizia que “não haveria nada de anormal caso o pai, hoje preso, não fosse um dos parlamentares que mais processaram jornalistas”. Fui impedido de acessar o 6º andar da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), porque a “filha do Cunha” transformou duas salas ou o andar inteiro em seu comitê político.

Voltando ao "Encontro da Vitória", como foi batizado o evento, realizado na tarde e noite de ontem, que contou também com a presença da mãe da candidata, a jornalista Claudia Cruz, foi lida uma carta onde o ex-deputado federal Eduardo Cunha, pede votos para a filha. "Peço com muita súplica o seu voto, como se fosse em mim. Ela, além de ter herdado a minha fé, é mais preparada do que eu e tem os mesmos compromissos de defender as nossas bandeiras e combater o aborto", diz o texto atribuído a Cunha, que também foi divulgado pelas redes sociais da candidata.

No documento, Cunha diz que passa um calvário "por ter sido o responsável pelo impeachment da Dilma e a retirada do PT do Governo" e relembra sua atuação parlamentar em defesa de causas conservadoras e de interesses ligados a grupos evangélicos. A campanha da filha do Cunha tem como slogan "Coragem para defender a vida, a família e o Rio" e ela herdou o número de registro da candidatura do pai, 1530.

O comportamento antiético do Sr. Domingos Meirelles não começou ontem com o "Encontro da Vitória" da filha de Cunha, e o aluguel e ou todo o 6º andar de salas para montar seu comitê de campanha na ABI. Desde que assumiu, essa diretoria e todos que apoiam o atual presidente, insistem em manter nossa entidade ultrapassada, no ostracismo e afastada das demandas da sociedade civil, nosso legado sempre foi a defesa da Soberania e do Estado Democrático de Direito. Para que não reste nenhuma dúvida sobre o quanto são antiéticos os membros da atual diretoria, especialmente o Sr. Meirelles, confira essa entrevista que gravei em abril de 2015 a convite do jornalista Moysés Chernichiarro para a TV Comunitária do Rio de Janeiro. E no próximo artigo da série, volto a falar de outros episódios que marcaram essa gestão que certamente retrocedeu aos tempos de Celso Kelly (1964-1966), o primeiro presidente da ABI a apoiar um golpe de Estado.


Para agravar o clima reacionário daquela tarde, totalmente em desacordo com a concepção de Gustavo de Lacerda, que idealizou a ABI neutra, na qual todos os trabalhadores da imprensa pudessem desfrutar de um poderoso centro de ação social (1908), os membros da atual diretoria votaram mudanças no regimento interno do Conselho Deliberativo, coincidentemente pensadas no dia em que obtivemos vitória na justiça, através da Chapa Villa-Lobos, mas tais mudanças foram mantidas incógnitas até o fechamento deste artigo, o quarto da série A ABI NÃO PODE SER USADA PARA CALAR QUEM LUTA PELA SOBERANIA NACIONAL que tem por objetivo ajudar a esclarecer o “modus operandi” que vem desviando a ABI de seus objetivos precípuos, num momento tão importante da História.


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* Daniel Mazola, é Jornalista, Editor e Diretor do site Tribuna da Imprensa Sindical. Foi Coordenador da Chapa Barbosa Lima Sobrinho (ABI) nas eleições de 2015 e 2016. É membro da Chapa Villa-Lobos, arbitrariamente impedida de concorrer à direção da ABI nas eleições de 2016/2019

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